Oh ilha que se debate contra o sombrio,
Sacode os ombros ante o firmamento.
A luta é real e o mal não dorme.
Perante as batalhas que o tempo esqueceu,
É esta madrugada, teimosa em nascer,
Que à esperança insiste em não morrer.
Somos resistentes como o basalto
Entre o céu e o mar revolto.
Na ilha, a dor é maré profunda.
É onda que às vezes nos afunda.
Constantemente, vozes que o vento abafa, perdidas.
Promessas para o nunca serem cumpridas.
Mesmo das cinzas da noite, surge a esperança no novo amanhecer
Porque a ilha já não é mais a mesma.
A ilha é dor e canto, luta e quietude,
um corpo que sangra, mas também acolhe.
A ilha terá de renascer na luta
Que se faz canção, dança e reconstrução que é eterna transformação.
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